Baseado nas pesquisas do Antropólogo e Mitologista Joseph Campbell, a montagem irá discutir como deuses e heróis criados pela mitologia  têm  padrão comum que se repete ao longo da História. A peça conta com enredo baseado nas profecias do fim do mundo, na abertura do sétimo selo, unindo a isso a Origem da Maçonaria e a lenda em torno da figura de Baphomet, que nasceu nos salões da Inquisição, no processo Templário. E o surgimento da Grande Loja de Londres na Inglaterra.

A montagem é, acima de tudo, a discussão sobre a criação do mito, como e porque as civilizações criaram esses personagens e deram a eles o reflexo do medo, da bravura que espelha o próprio homem.  Assim como são demônios e infernos, bruxas e o medo usados como forma de controle social de um poder totalitarista.

Teremos no espetáculo o conflito entre duas forças: de um lado o império totalitarista que conquista civilizações pela força militar, destrói sua cultura e crenças, impondo a eles as suas próprias doutrinas, porém repleto de ameaças e de medo. É nessa atmosfera que a figura do Demônio é criada, descrita e ilustrada, tendo a aparência inspirada nos deuses mitológicos das civilizações conquistadas. Portanto, Pã, Dionísio, e todos os deuses Corníferos, meio homem meio animal foram rotulados como a imagem do próprio demônio. Nessa atmosfera, surge, por outro lado, a figura de Baphomet, criada pela Inquisição, com único propósito de condenar a Ordem Templária, para beneficiar o rei que desejava o poder econômico da Ordem. Assim, Baphomet passou a ser descrito como um demônio, com a cabeça barbada de um bode. E mais tarde com a consolidação do Império essa figura ganhou asas e chifres, e ficou com a pele vermelha, resultando na figura que hoje conhecemos.

Por outro lado, “a última barreira antes do caos...” homens de pensamento livre, resistentes ao Império, formam uma Ordem cujos princípios baseiam-se na Iluminação do conhecimento,  por meio da razão, da ciência e da verdade. A figura de Baphomet ganha sentido místico-filosófico-simbólico, baseado nesses princípios: Ciência, Fertilidade e Sabedoria. O interessante desse espetáculo é discutir com o público o fato de que a mesma figura demonizada popularmente pela Inquisição é conhecida e estudada exatamente pelo oposto, uma figura que reflete a luz do conhecimento em tempos de trevas e repressões. Pesquisas em livros do famoso ocultista Eliphas Levi foram importantes para traçar esse paralelo.

Essa Ordem de homens livres que defendem  tais princípios tem sua origem no Iluminismo Francês do Século 18,  quando reunia intelectuais, artistas e cientistas que iriam contrapor à Idade das Trevas, a escuridão de conhecimento e o poder totalitário da Igreja e dos Reinos. Exatamente nessa atmosfera dá-se o nascimento da Maçonaria.

Por fim, a grande batalha do fim dos tempos, quando as forças militares do Império totalitarista, que massacraram  toda a humanidade, irão confrontar os deuses e heróis da mitologia criados pelo homem para fazer justiça na terra. Teremos Aquiles, Ares, Odim, Guilgamesh,  Horus, Anubis, Pã, Baco-Dionísio, Gaia, Isis, entre outros, participando dessa guerra.

E quem são esses personagens? O público! Assim como toda montagem feita por nós, a participação e a interação do público são totais. Minutos antes da apresentação, deuses e heróis da mitologia estarão presentes em seus espectadores.